DÚVIDAS

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  • #4519
    luciana.queiroga
    Participante

    Boa tarde, Isabel:

    Fico feliz que você tenha realizado o curso de hemogasometria. Espero que ele tenha sido proveitoso para você e que eu possa te auxiliar a entender melhor esses detalhes que não ficaram claros para você.

    Em relação a utilizar os parâmetros de referência para sangue venoso ou arterial, essa escolha dependerá do local de colheita da amostra.

    Sempre deve-se indicar se o sangue enviado para o exame é venoso ou arterial e interpretar o exame utilizando-se os valores de referência específicos para amostras venosas ou arteriais.

    No caso dos exemplos utilizados nessa aula, optei por usar os parâmetros para amostras venosas porque é muito mais comum que seja colhido sangue venoso para a maioria dos pacientes em função de facilidade de coleta.

    Em relação ao caso clínico número dois, pela abordagem tradicional, levando-se em consideração os valores de bicarbonato, pH e CO2, o paciente apresenta um quadro de alcalose respiratória. Mas, mesmo ao avaliar o BE, esse diagnóstico é mantido, pois o intervalo normal fica entre 0 e -4 para cães. Caso esse valor fosse mais baixo do que a referência, esse paciente poderia estar apresentando um quadro de acidose metabólica concomitante. Uma situação não impede a outra. Inclusive, é relativamente comum pacientes com distúrbios mistos.

    Em relação a sua terceira dúvida, o ânion Gap é utilizado para avaliar se a acidose metabólica é normo ou hiperclorêmica. Pacientes que apresentem ânion Gap normal, cursam com quadros de hipercloremia, indicando que há perda real de bicarbonato ou ganho de cloreto. Esse parâmetroa uxilia o clínico a guiar a terapêutica para o quadro de acidose. Animais que apresentem acidose hiperclorêmica e pH inferior à 7,2 podem se beneficiar de reposição de bicarbonato. Claro que a terapêutica deve ser sempre avaliada juntamente com o quadro clínico do paciente, não sendo o uso de bicarbonato determinado apenas pelo quadro de hipercloremia.

    Espero ter esclarecido as suas dúvidas.

    Abraço

    #4531
    Isabel Rotenberg
    Participante

    Bom dia, Dra Luciana!
    Muito obrigada pela explicação, agora entendi mais ainda, o curso foi maravilhoso. Você pensa em fazer um outro sobre a terapêutica a ser instituída em cada caso? Quero deixar aqui minha sugestão de fazer um que aborde a terapeutica nos disturbios metabolicos e eletrolíticos, ja que eles se convergem muitas vezes!
    Grata pelo seu auxílio!
    Abs,
    Isabel Rotenberg

    #6072
    Letícia Silva
    Participante

    Fiquei com dúvida a respeito do caso clínico de n 5, pois no exemplo inicial, o OC2 estaria 40, mas quando foi para resolução do caos, mudou para 38, isso mudou a resolução ou ela segue sendo a mesma?

    #6074
    luciana.queiroga
    Participante

    Olá, Letícia. Tudo bem com vc?

    O caso clínico número 5 se trata de uma cadela com provável piometra.

    No exame de hemogaso venoso realizado, ela apresenta um valor de CO2 de 22 mmHg, um valor de bicarbonato de 5,4 mEq/L e pH de 7,2 configurando um quadro de acidose metabólica, pois o pH está abaixo do fisiológico (7,35 a 7,45) e bicarbonato esperado seria de 23 mEq/L.

    Para determinar se a resposta compensatória está adequada, é necessário avaliar se o valor de CO2 está dentro do esperado.

    Nesse caso, espera-se que haja uma redução de 0,7 mmHg de CO2 para cada 1 mEq/L de bicarbonato perdido.

    Para realizarmos o cálculo, utilizamos os valores de referência venosos (40 mmHg de CO2 e 23 mEq/L de bicarbonato) já que a amostra foi venosa.

    Sendo assim, observa-se que ela perdeu 17,6 mEq/L de bicarbonato (23 – 5,4). Como o esperado é que haja um diminuição de 0,7 mmHg de CO2 para cada mEq/l de bicarbonato perdido, espera-se que ela tenha uma redução de 12,32 mmHg de CO2 (17,6 X 0,7).

    Uma vez que o valor de referência para o CO2 venoso é 40 mmHg e espera-se que ela tenha perdido 12,32, o valor esperado de CO2 para uma resposta compensatória adequada será de 27,68 mmHg (40 – 12,32).

    Aqui, você irá comparar o valor esperado (que você calculou) com o que você encontrou na amostra.

    Como o valor obtido no exame foi menor do que o esperado (22 mmHg), isso indica que essa paciente está eliminando mais CO2 do que deveria pelo quadro de acidose metabólica. Ou seja, está fazendo um quadro de alcalose respiratória associada.

    Geralmente utilizamos o valor de 40 mmHg de CO2 como padrão, embora possa haver uma variação fisiológica desses valores.

    Caso tivéssemos utilizado um valor de 38 como referência de CO2, esperaríamos um CO2 de 25,68. Nesse caso, a resposta ainda seria inadequada, pois o CO2 obtido na amostra (22 mmHg) ainda sim seria inferior ao esperado.

    Espero ter esclarecido a sua dúvida.

    Caso não tenha ficado claro para você, é só me contatar por aqui novamente.

    Um grande abraço

    Luciana

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